Os povos da Venezuela e do mundo, ao lado dos EUA, preparam-se para derrotar a nova provocação imperialista!


Neste sábado, as massas bolivarianas confirmaram “com os pés”, enchendo a Avenida Bolivar em Caracas, a adesão total ao Estado Revolucionário de Chávez. Maduro permanece firme na vanguarda do processo, garantindo as principais conquistas alcançadas apesar de mais de quinze anos de bloqueio e provocações econômicas, de todos os tipos de feroz campanha midiática de mentiras e de incursões mercenárias a partir da Colômbia para semear o terror, crimes cruéis e destruição de hospitais, escolas e instituições sociais. Se Maduro continua a liderar e ganhar eleições, é graças à persistência da identificação entre as pessoas e a liderança, entre o povo e a perspectiva socialista. Esta capacidade e inteligência das massas bolivarianas dá confiança e segurança ao compromisso das Forças Armadas com o processo revolucionário em curso.

Os EUA, a oligarquia local e latino-americana, as corporações operadoras internacionais tentaram, com todas essas provocações, romper os laços entre as pessoas, o governo e as Forças Armadas. Em todos estes anos estes planos não tiveram sucesso. Esta nova tentativa, provavelmente mais perigosa, também parece já destinada ao mais desastroso dos fracassos.

Estamos diante da representação mais grotesca de um golpe na história da América Latina, e não poderia ser de outra maneira. O imperialismo prepara a guerra contra a Venezuela nas piores condições e em um terreno muito difícil. Deve enfrentar um povo consciente, centralizado e armado e, desta vez, o teatro de operações não estará longe de casa, mas diante do próprio nariz do império. Dessa forma, um “convidado de pedra” na ocasião certamente será o povo americano; As pessoas que já participaram das recentes eleições legislativas expressaram uma forte inclinação anti-imperialista e para a esquerda. O movimento pacifista nos EUA será um elemento de pressão e desânimo em suas Forças Armadas, justamente depois de uma derrota no Oriente Médio. Na Síria eles enfrentaram uma organização terrorista criada por seu próprio governo (a Clinton revelou que “… a Isis depois escapou ao nosso controle …”). Seus objetivos declarados (seja por Obama, seja por Trump) estão por se cumprir; só semearam morte e destruição, não “democracia exportada” e Assad e Khamenei estão lá, firmes em suas posições de poder.

Guaidó não foi votado pelo povo e o mundo não o quer

Não é melhor para o mundo! Nas Nações Unidas (Assembleia Geral do Conselho de Segurança sem recorrer ao veto!)  e naa OEA não passa a proposta imperialista para reconhecer o fantoche Guaidó. União Europeia em um ataque surpresa, já que as decisões devem ser tomadas por unanimidade e Itália, Grécia, Portugal e Áustria se opõem, deu um prazo de oito dias para “convocar novas eleições”, após as quais reconheceriam o idiota. No entanto, após quatro dias, do grupo de choque, já deram um passo atrás na Espanha e a Merkel da Alemanha. Todas as últimas guerras modificaram as condições de dominação dos poderes no mundo; Itália, Espanha e Alemanha estão entre os “derrotados” das guerras em curso. No caso da Venezuela, aqueles que com certeza obterão vantagens são os EUA. Guaidó “já prometeu” 50% da produção para eles. É legítima       a perda de entusiasmo de Merkel e Sanchez neste difícil empreendimento.

A oposição da Rússia, China, Turquia e na América Latina, México, Bolívia e Uruguai, confirmam ainda mais o isolamento internacional dos EUA, observando que um conflito que vai atingir dimensões globais. Dificilmente será possível reduzir o teatro de guerra para a Venezuela e sua área de fronteira com a Colômbia ou o Brasil e, menos ainda, para apagá-lo em breve. A primeira provocação irá desencadear uma trilha de poeira global e uma crise que vai romper o equilíbrio e as relações de forças existentes. Com repercussões no coração das potências imperialistas, gerando divisões e maior exposição a explosões sociais. A primeira-ministra da Inglaterra, May, em minoria, não sabe como sair da UE nesta situação; ao roubar reservas de ouro da Venezuela depositado em bancos por sua subserviência ao poder americano, expõe-se ao ridículo, e à derrota pelo Partido Trabalhista que já anunciou desconhecer Guaidó. Macron, por sua vez, torna-se o galo com Maduro quando ele tem a contestação dos “coletes amarelos”. As eleições presidenciais estão na porta, na Argentina. Na Itália, o governo italiano está indo para uma crise em que a parte do movimento Cinco Estrelas levanta uma série de propostas de esquerda, para conter o direito da Liga Salvini. Entre eles estão a “renda da cidadania”, Não a Guaido na Venezuela. Fora o Exército italiano do Afeganistão e a oposição à inútil realização do túnel entre Torino e Lion (TAV). Dessa forma, enfrenta toda a direito, o centro e o Partido Democrático.

O EUA não estão nessa somente pelo petróleo

É verdade que um dos interesses predominantes que move os EUA contra a Venezuela é o de seus imensos recursos naturais, que foram arrancados de seu controle desde que o chavismo chegou ao poder nos anos 90. A fonte de petróleo do mundo, os imensos depósitos de ouro e outros materiais preciosos, interessam principalmente às grandes corporações industriais e financeiras. Ser capaz de apropriar-se deles seria, com certeza, um imenso volume de oxigênio para superar a crise de uma economia não competitiva, obstruída por uma pesada dívida, shout down, etc. Mas, se fosse apenas essa preocupação, seria mais razoável esperar melhores condições para amadurecer os frutos da guerra econômica; tendo em conta que isso cria dificuldades para a Venezuela ao atingir o calcanhar de Aquiles do estado revolucionário: sua grande dependência da comercialização do petróleo e da importação de insumos.

Em todo caso, a rede social construída desde as bases na Venezuela bolivariana atenua os efeitos da guerra econômica e isola a direita no país, que está relegada a uma presença marginal nas áreas ricas das grandes cidades. Fora disso, nada. Nos últimos anos, o controle e a participação popular e operária foram intensificados; o peso dos trabalhadores no processo revolucionário cresce. A organização territorial, nos bairros, através do CLAP e dos Conselhos Comunais, fez importantes progressos em seu trabalho de controle e combate à corrupção e escassez, garantindo uma distribuição justa e capilar. O cartão da pátria reduz imensamente o espaço de especulação e contrabando. Mais de mil empresas nacionalizadas, um crescente controle operário do que é produzido e de como é distribuído, constituem um instrumento importante na luta contra o bloqueio internacional e a especulação interna.

A experiência de Chávez, através das diferentes fases que foram superadas, teve uma grande influência sobre os povos e líderes revolucionários de todo o mundo. Após grandes derrotas: o desaparecimento da URSS e do campo socialista da Europa, a redução do peso social dos grandes partidos comunistas e socialistas do mundo; O desafio lançado por Chávez colocou no centro da luta social a questão da transformação anticapitalista, da luta anti-imperialista e do socialismo. Com certeza, a resistência cubana permanente e a revolução bolivariana foram a base sobre a qual se construiu uma importante experiência revolucionária que incluiu toda a América Latina, seus principais países, nos últimos vinte anos.

Ultimamente, no sul do continente americano, houve uma série de derrotas transitórias, como as da Argentina e do Brasil. Elas foram o resultado de uma série de operações baseadas no poderoso domínio da mídia e da internet. A maioria dos líderes revolucionários teve que enfrentar processos artificialmente montados, sem provas e com infames acusações de corrupção e enriquecimento pessoal. Os fluxos de dinheiro têm enchido os bolsos de organizações não “governamentais” e lobbies que têm impulsionado “revoluções coloridas” com o qual têm derrubado líderes como Zelaya, Lugo, Dilma, ou perseguido sistematicamente outros como Cristina Fernandez de Kirchner, ou encarcerado líderes como Lula, Milagro Sala e outros; sem parar de recorrer às formas mais “tradicionais” de ditaduras como na Colômbia, onde centenas e centenas de líderes foram sistematicamente assassinados por esquadrões paramilitares. Outros, como o equatoriano Lenin Moreno, permanecem no comando, mas traem o programa e o movimento com o qual ele foi eleito.

Macri, Bolsonaro: derrotas transitórias na América Latina


Com a chegada de Bolsonaro ao governo, cheio de entusiasmo reacionário e anticomunista, acreditava-se que o período das grandes transformações revolucionárias dos últimos anos na América Latina estava exaurido.

Com diferentes formas e em diferentes níveis, a América Latina tem sido um imenso laboratório de experiências democráticas de participação ativa de trabalhadores, camponeses e povos nativos, da ruptura da eterna dependência financeira e econômica aos bancos mundiais e das multinacionais. Os estados têm sido centrais para programar uma série de transformações econômicas que produziram uma mudança gigantesca na distribuição de riqueza e uma confluência regional de integração de ajuda mútua (Alba, Unasur, Celac, etc).

O resultado tem sido surpreendente. Milhões de pessoas emergiram do maior atraso a que foram condenadas pelo regime de dependência do imperialismo e da dominação oligárquica. Elas tiveram acesso à educação eliminando completamente o analfabetismo; a saúde se elevou com um bem para todos, erradicando-se muitas doenças derivadas da pobreza; a alimentação como ponto mais alto foi alcançada através do programa Fome Zero no Brasil; incorporaram-se milhões de pessoas com grande sucesso aos projetos de casas populares: hoje o “ditador” Maduro entrega 2.500.000 casas graças à “Missão Habitacional” e ao projeto “Barrio Tricolor”. Os povos nativos adquiriram o direito de falar, exercendo um papel que nunca tiveram durante sua história. O generoso compromisso de Cuba nessa fase foi fundamental.

Essas transformações tornaram possível um salto da cultura social e política, da capacidade criativa dos povos latino-americanos, mesmo daqueles que não estão diretamente envolvidos. Foi assim que o povo mexicano, no momento da votação, não ficou impressionado com as ameaças de Trump ou Bolsonaro e apoiou maciçamente Lopez Obrador. AMLO sobe ao governo em meio a uma aceleração do conflito EUA-Venezuela e à batalha nacional contra as superpotências da casta burocrática e das multinacionais petrolíferas. O reformismo, o moderador, daqueles que eram portadores, passam a ser imediatamente insuficientes. Não busca justifica-se como um “recém-chegado”, mas retoma rapidamente o passado e a tradição anti-imperialista e revolucionária dos primeiros anos de 900.

Lopez Obrador convida Maduro ao ato de assunção e, para continuar, reivindicando a “não interferência” se opõe à palhaçada do “presidente interino”. Substancialmente se coloca ao lado de Maduro e, desta forma, dá força a pequenos países como o Uruguai, a Bolívia e aos do Caribe. A posição mexicana foi decisiva nos resultados positivos obtidos na OEA e na ONU. Internamente, abre um conflito contra a corrupção dilatória no interior do Estado e nas instituições; a corrupção que os fez subalternos aos poderes da grande propriedade agrária, dos narcotraficantes e das multinacionais do petróleo. Todos esses sujeitos são participantes ativos no grande negócio das “perdas de oleodutos”; não é questão do simples pobrezinho que rouba para alimentar os fogões no inverno, mas sim de uma enorme economia paralela e ilegal que gera em torno de 10% do produto bruto, todos ilegais, sem controle fiscal.

A significativa irrupção do México no panorama latino-americano deixa claro para Trump que os grupos Bolsonaro, Macri, Luque, grupo de Lima e outros são apenas representantes de “vitórias” transitórias que com a escolha do campo feito por AMLO abrem novas possibilidades para retomar o passado recente da região. As massas viveram muito intensamente todos esses anos, e aprenderam muito. É necessário agora que os grandes movimentos, partidos, e os grandes sindicatos façam uma reflexão séria, com autocrítica e planos para lançar uma campanha de claro posicionamento anticapitalista e socialista, com maior participação e integração social entre os países de acordo com as capacidades e necessidades dos povos.

Assim como Trump interpreta que no continente não pode estender sua posição dominante no “quintal” sem cortar as suas colunas centrais (Venezuela e Cuba), povos e grupos líderes dos movimentos da América Latina devem estar cientes de que na Venezuela está em jogo o destino de todos.

O golpe de Trump desmorona, pois até que o Papa aponta as incongruências, no Angelus dominical. Aquele denuncia a situação no Iémen, revelando a hipocrisia imperialista ao decretar Maduro como ditador de um país onde a oposição goza de toda a liberdade que eles querem, enquanto tragédia iemenita se desenrola na máxima escuridão midiática e não causa qualquer tipo de reação das instituições internacionais.


Solidariedade total com o governo e o povo venezuelano! Brigadas internacionais para desmantelar a campanha mentirosa contra a pátria de Chávez! Sustente o plano de paz do México e do Uruguai com mobilizações em todo o mundo! Atrair mais países e movimentos para mostrar solidariedade com o povo venezuelano!

2 de fevereiro de 2019

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