Lula, com sua consciência e amor humano de classe, deu o grito e concentrou a vontade de boa parte das forças políticas e dos povos do mundo para deter o genocídio de Israel em Gaza, equiparando-o a algo pior que o holacausto; um massacre sem guerra de exércitos contrapostos, simplesmente um massacre de mulheres e crianças desarmadas num campo de extermínio de palestinos. Em 134 dias de ataque de Israel são mais de 35.858 assassinados e desaparecidos, 12.660 crianças e 8570 mulheres mortas, e 130 jornalistas assassinados.
A voz de Lula, teve um alcance moral e político maior que a condenação do Conselho Internacional da Justiça (CI.J.) ao genocídio de Israel. Após a sua decisão, reforçada na Etiópia, para contribuir à integração soberana dos povos da África, cresceu sua convicção de dizer um Basta! A humanidade não pode avançar cerrando os olhos à injustiça e à barbárie contra o povo palestino.
Lula comprou uma briga com o sionismo internacional e seus representantes no Brasil. Mas, tem consciência do seu papel na história. Enfrentar o clã Bolsonaro e o poder econômico concentrado que o sustenta, exige profundidade e extensão na ação. Os ataques que vem sofrendo da extrema direita e da mídia conservadora pró sionista que quer um Lula submisso às decisões do império, aliado de Israel. A recente tentativa de atentado no Palácio da Alvorada coloca a necessidade urgente de aumentar o reforço na segurança pessoal de Lula
Foram seis anos de Bolsonaro e de relações próximas e de afinidades com o sionismo israelense. O Congresso ameaça não acompanhar o chamado de Lula, contando com a debilidade de figuras do próprio campo como Jacques Wagner. Só o povo na rua pode defender o presidente Lula a combater o poder hegemônico, e impor o rumo transformador e revolucionário de um Governo Popular.
Passou da hora de entender o que historicamente significa a guerra da Palestina contra Israel, como já tem feito intelectuais de grande coragem e valor. Não custa reiterar suas reflexões, para que a razão humana vença a enorme tristeza que emanam tantas mortes indefesas nos territórios da Palestina. Daí há que passar a tomar ações. Apoiar atitudes de personalidades decisivas como Lula.
Avaliação histórica
Mesmo que a história seja uma história de guerras, a humanidade já percorreu uma longa trajetória para se convencer que podemos alcançar um patamar de paz no mundo. Por que o Hamas lançou misseis contra o território de Israel, sabendo que Israel utilizaria todo o seu poderio militar para destruir Gaza e matar milhares de palestinos? É uma guerra entre desiguais.
O ser humano tem um limite para suportar humilhação, opressão e massacre, não encontrando outra alternativa que lançar-se num ataque para demonstrar ao mundo o quanto está sendo oprimido. Isso, sem excluir a hipótese de que a espionagem de Israel sabia desta ofensiva do Hamas, mas permitiu o ataque para poder aplicar seu antigo projeto de extermínio do povo palestino e ocupação do que ainda resta dos seus territórios. Já ficou claro que o 11 de Setembro nos EUA foi forjado pelo “Estado oculto” para posterior desencadeamento da invasão do Afeganistão, destruição da Líbia e do Iraque.
Seguindo o mesmo raciocínio, a criação do conflito na Ucrânia, tendo como Presidente Zelensky, um judeu sionista. Apesar da história do holocausto, Zelensky não hesita em utilizar ações fascistas a exemplo de Hitler. Para que não tenhamos ilusão com relação a isto, no estafe de Hitler existiam vários judeus colaboradores.
A ONU de forma vergonhosa reconheceu o Estado de Israel, com a promessa da criação do Estado da Palestina; o que nunca aconteceu. Tudo, sob a tutela de um brasileiro, Oswaldo Aranha. Além disso, Israel vem ocupando o território dos palestinos, provocando um bloqueio que tem levado a uma situação de penúria para toda a população, principalmente, para os jovens que já nasceram carentes desde a sua gestação.
Israel foi criado para ser um posto avançado dos EUA no Oriente Médio. Para caracterizar Israel e o seu povo, requer-se um certo cuidado. Qualquer posição contra Israel, logo é chamada de antissemitismo; um truque muito utilizado pelos sionistas israelenses para confundir a cabeça daqueles que não tem noção da diferença entre os dois conceitos: antissemitismo significa preconceito e ódio contra os judeus, e o sionismo é uma doutrina colonial e racista, corrente que quer transformar o Estado de Israel num estado étnico de supremacia racial.
O sionismo não representa a maioria do povo judeu, que é contrária ao massacre dos palestinos e a favor do reconhecimento dos territórios palestinos como nação. Há manifestação em várias partes do mundo por parte dos judeus contra o sionismo de direita, e em defesa de dois Estados. Igualmente, há manifestações das populações do mundo contra o massacre de Israel contra o povo palestino. Estas foram determinantes, sobretudo na Europa, pressionando seus governos burgueses, anfitriões da OTAN, que forçam seus povos a pagar o custo da guerra de Zelensky e Netanyahu. Não foi casual que a CIJ teve que condenar o genocídio de Israel.
Manifestações na Espanha
É certo que todas estas guerras alimentam a indústria de guerra nos EUA. Sair da crise do capitalismo anglo-americano significa colocar a máquina da guerra para funcionar. Atender os interesses do capitalismo imperialista anglo-americano significa destruir a Rússia, China e o Irã. Mesmo que para isto, se debilite a Europa, o resto do mundo, e se eleve a dívida dos EUA a patamares nunca visto antes, para que o mundo financie sua sobrevivência.
Analisar o sionismo radical de direita no mundo, é situar-se no momento político do mundo capitalista contemporâneo. Na realidade, o tal chamado “Estado profundo” tem nome e endereço. Veja o caso do Brasil. Foi o setor do sionismo que “comprou” a Companhia Siderúrgica Nacional (Benjamin Steinbruch); David Zybersztajn colocou e “comprou” as ações da Petrobrás na Bolsa de Nova Iorque e privatizou as petroquímicas da Petrobrás enquanto Diretor Geral da ANP. “Comprou” a Cia Vale do Rio Doce. “Comprou” parte da Eletrobrás. Fabio Shvartsman esteve à frente da Vale quando ocorreram os desastres ambientais de Mariana e Brumadinho. Jorge Paulo Lemann é dono da Ambev e está a frente das Lojas Americanas quando houve o rombo de 40 bilhões de reais. A BlackRock grande investidor no Brasil é comandada pelo judeu sionista Larry Fink, com participação na Vale. E para arrematar, são donos dos principais Bancos do país.
São os mesmos que investiram pesado na campanha de Milei na Argentina. Milei, num deixou um país convulsionado por manifestações e greve geral, em pleno debate Congressual sobre o DNU (Decreto de Necessidade de Urgência) e as leis regressivas contra os trabalhadores e a soberania do país, para visitar Netanyahu, e condenar o “Hamás” de terrorista e prometer mudar a embaixada argentina para Jerusalém; intenção rechaçada pela Liga Árabe, enquanto a CIJ condenava o genocídio de Israel. São os mesmos que insistem em calar a ex-presidenta, Cristina Kirchner, e persegui-la com a caso Nisman e a assinatura do “Memorando de entendimento com Irã” para as averiguações do atentado à sinagoga AMIA. São os mesmos que abrem as portas à chegada do inglês David Cameron às Ilhas Malvinas dizendo que elas serão da Inglaterra “para sempre”.
Estamos diante de várias guerras no mundo, para conter o avanço do socialismo defendido por judeus como Marx e Trotsky, que impulsionaram a roda da história, ao lado de grandes cientistas judeus como Darwin, Freud, Einstein, e músicos como Beethoven. Isso, sem desconhecer a contribuição de não judeus à política, à ciência e à cultura internacional. O próprio povo de Israel está pondo um basta à cumplicidade imposta por seus governantes com o holocausto aos palestinos. O rechaço interno à Netanyahu é de 90%. Há resistências aos planos dos sionistas; judeus norte-americanos se opõem, até mesmo, à existência do Estado de Israel. Assim se manifestaram em Nova Iorque. O próprio Biden, em clima pré-eleitoral, enfrenta um povo que já rechaçou ser algoz da guerra do Vietnã e do bombardeio de Hiroshima. E Blinken ao chegar ao Brasil não pôde rebater o Lula.
Na reunião do G20 no Rio de Janeiro, “forças ocultas” quiseram ameaçar a chegada do russo Lavrov e desestabilizar a aliança Lula-Putin nos temas pela paz. Mas o chanceler Mauro Vieira, cedeu carona aérea a Lavrov e reafirmou a posição soberana do Brasil assim: ” O Brasil não aceita um mundo em que as diferenças são resolvidas pelo uso da força militar. Uma parcela muito significativa do mundo fez uma opção pela paz e não aceita ser envolvida em conflitos impulsionados por nações estrangeiras. O Brasil rejeita a busca de hegemonias, antigas ou novas. Não é de nosso interesse viver em um mundo fraturado“. O jornalista Pepe Escobar bem analisa o contexto das forças subjetivas deste momento que deram origem à posição de Lula. Lula é porta-voz de articulações e de um nível de acordo já alcançado entre Brasil, China, Rússia e o BRICS presidido por Dilma Rousseff.
Ocorrem barbáries. Querem retroceder a história, mas a história não o permitirá. Houve períodos de barbárie, mas a humanidade já fez experiências de 1917 para cá, na Rússia, com Lenin e Trotsky, de como acabar com a opressão. Socialismo ou barbárie! Querem parar a China que demonstra que é possível construir uma sociedade socialista para milhares de pessoas, corrigindo o planejamento, errando e acertando, mas avançando. O socialismo ainda é um processo em construção, e experimentos estão em marcha, com grandes sucessos.
A humanidade vai construindo suas direções no decurso da sua história. Vai criando estruturas de um mundo multipolar empurrando novas direções e instrumentos de coordenação mundial, com uma política anti-imperialista, como uma nova Internacional onde Lula terá um papel fundamental. Hugo Chávez chamou a uma nova Internacional que coordenasse a Frente anti-imperialista com governos dos países socialistas, governos nacionalistas e populares, junto a direções dos movimentos sociais, operário-camponês, sindicais, religiosos de esquerda, estudantes, artistas, militares nacionalistas e revolucionários de todo o mundo.
Não conseguirão parar a roda da história. É certo que o imperialismo norte-americano conseguiu destruir o Iraque, a Líbia, o Afeganistão, parte da Síria, e agora, provocou a guerra na Ucrânia. Mas tudo isto, com base na força e contra a razão. A China mostra ao mundo que pode progredir com base na razão, sem descartar a força, respaldada no apoio social a uma economia socialista planificada, com Estado operário. A unidade China/Rússia é vital. Lula sabe que não está só. A Rússia, com Putin, já deu sinal verde, ao intervir na defesa do povo da Ucrânia em Donbass. Isto é o que conta na história. É isto que tirará a humanidade da barbárie do capitalismo.
Leia texto de J. Posadas sobre “A formação do Estado Palestino e o processo mundial revolucionário de 19/02/78 cujos conceitos sobre as perspectivas da defesa de um Estado Palestino continuam plenamente válidas. “(…) Nós também propomos um Estado Palestino, mas ao mesmo tempo propomos um chamado às massas de Israel e às massas do resto do mundo árabe, mostrando que um Estado Palestino é totalmente instável. Não existe lugar para o desenvolvimento histórico de um Estado assim. Já é necessário colocar o problema de uma forma muito mais elevada e mais simples. Porque agora se estabelece uma frente reacionária árabe, onde se unificam a reação árabe e a de Israel. E torna-se necessário enfrentar essa estrutura. Então, o pequeno movimento de Arafat se vê diante da ameaça de esmagamento e não vai ter campo de ação com outra política; e estará iludindo as massas palestinas ao acreditar que pode dar uma solução negociada ao problema. É preciso discutir esse ponto com os palestinos.”
Comitê de Redação
24/02/24