A narrativa do imperialismo anglo-americano sionista, como portador da ordem mundial se desmancha frente à realidade crua e nua do bárbaro genocídio do povo palestino. A capacidade de domínio das ditas “big techs” na era atual é assustadora no controle das plataformas digitais de direita com narrativas manipulando mentes e corações, e criando um ambiente de “conformismo” e abstenção dos povos diante das ameaças nazi-fascistas no mundo. Há que buscar as vias para o despertar dos povos ou criar movimentos para superarem o “embotamento” político. ¶
Além de medidas propostas pelo governo Lula de sobretaxação e regulação das big techs norte-americanas, é importante pautar junto ao BRICS a implementação de um sistema tecnológico próprio com controle político-judicial das narrativas que defendam a integridade humana e a soberania dos países membros. Comunicadores independentes e jornalistas brasileiros, e outros, apoiados por Telesul e RToday, levantaram a questão através da Carta de Niteroi. . A Venezuela chavista com Maduro já abre as portas para um projeto de tecnologia de controle comunicacional próprio, enquanto fecha os mares frente às ameaças de Trump, com exército e milícias populares mobilizadas.
A manutenção do apoio da Otan ao títere Zelenski na Ucrânia, não obstante a momentânea controvérsia de interesses econômico-militares com Trump, tem uma sustentação na “russofobia” que parte importante da esquerda europeia aceita, submetendo a verdade histórica ao “pacifismo” abstrato; compartindo a narrativa de que a Rússia pretende ocupar a Europa. O que o governo russo não pode admitir é a instalação de misseis atômicos na sua porta, colocando em risco a sobrevivência da sua nação que acaba de comemorar 80 anos de vitória contra o nazismo. É legítimo que os russos realizem a Operação Militar Especial para se defenderem do cerco que a OTAN quer impor às fronteiras russas e ao povo russo que vive na Ucrânia governada por um fantoche do imperialismo, ilegítimo e golpista. Não foram os russos que não honraram os acordos do Minsk, foram os europeus e o atual governo nazista da Ucrânia.

O povo europeu tem um histórico de luta contra o fascismo e o nazismo, e uma longa trajetória de lutas sindicais e de partidos de esquerda por direitos trabalhistas e sociais. Hoje, vemos uma Europa, com governantes que se põem de joelho diante dos EUA, inclusive lideranças do Trabalhismo inglês, dos Verdes e Social-democratas alemães, que rejeitam uma aliança econômica com a Rússia. Tudo para atender aos interesses dos EUA e das grandes finanças internacionais. Os países europeus, de “colonizadores passaram a ser colonizados” pelo imperialismo norte-americano. Numa demonstração da falência da dita “democracia” ocidental, onde as eleições ditas democráticas não passam de uma grande manipulação financeira e midiática por parte dos grandes grupos econômicos mundiais.
Os “vai e vem” de Trump são a expressão do jogo de poder dentro dos EUA. Quem decide e quando? Trump com sua guerra comercial, sem deixar de apoiar o sionismo com armas? As grandes finanças? O Deep State? A indústria bélica dos EUA? O Black Rock? Uma coisa temos certeza: os EUA mesmo sendo uma “grande potência” militar e financeira, até então sustentada pelo papel pintado, o dólar, é uma potência em decadência. Uma dívida que supera em muito o seu PIB. Uma infraestrutura decadente. Milhares de pessoas morando nas ruas e nos carros, sem plano de saúde. Um país onde cada americano tem que ter uma arma, um país com alto índice de criminalidade e uma das maiores populações carcerárias do mundo. Um país desindustrializado. Uma falsa democracia, num país onde o seu Presidente da República é um condenado. Um Congresso dominado pelo sionismo, a sustentar o genocídio de Israel contra o povo palestino.
O mundo, hoje, vive uma nova etapa e novas perspectivas apontam com o nascimento do mundo multipolar onde, medidas concretas, revolucionárias e de alta tecnologia, principalmente chinesa, tem beneficiado vários países que hoje fazem parte do Sul Global. A China, fruto da revolução comunista de 1945, retomou seu desenvolvimento interrompido a partir de 1800, quando foi invadido por vários países e passou pela guerra do ópio. Partindo de uma base econômica baixíssima, com o seu socialismo com características chinesas – sobretudo comandado pelo Partido Comunista Chinês e mais de 600 mil comitês populares –, conseguiu o feito histórico de tirar 700 milhões de chineses da pobreza em três décadas. Em determinadas regiões, vivem milhares de chineses com renda média que se iguala à renda média dos países ditos mais desenvolvidos. O mundo surpreende-se com os avanços tecnológicos da China, fruto de uma economia onde as finanças e os principais setores da economia são estatais, forte investimento em educação e tecnologia. Um país que comercializa com mais de 130 países no mundo, e estabelece laços comerciais fortes com a África e os países asiáticos. A China é o maior parceiro comercial do Brasil.


China, Rússia e Irã constituem o núcleo “duro” contra o imperialismo anglo-americano-sionista, junto com os BRICS, Venezuela, Cuba, Nicarágua e agora, México e Colômbia. A América do Sul vive grandes disparidades governamentais: tem o liberal-fascista Milei na Argentina e o governo progressista de Lula que assume um protagonismo importante na geopolítica mundial, com pronunciamentos importantes contra o “imperador” Trump. As massas israelenses saem aos milhares nas ruas contra a política genocida do atual governo. Milhares de pessoas fazem manifestações em vários países contra o genocídio em Gaza e na Cisjordânia, e repudiam as ameaças norte-americanas contra a Venezuela. Veja em Roma, na Itália. Os EUA é um caldeirão político, com enfrentamento de rua contra a política de Trump que discrimina imigrantes. Centenas de jornalistas em Gaza são assassinados por Israel para calar a denúncia do genocídio contra os palestinos. Não obstante as “Flotilhas da Liberdade”, como a “Flotilha Sumud”, se reorganizam e proliferam.

A humanidade transita um período de profunda luta de classes a nível mundial, não sendo descartada a possibilidade deste grande impasse ser resolvido por uma guerra atômica. Guerra atômica que pode acontecer por uma mera interferência comunicacional, inclusive manipulada pela chamada Inteligência Artificial. O certo é um período de transição do capitalismo para o socialismo, onde cabem, de forma desigual e combinada, retrocessos e avanços no processo de construção desse novo mundo socialista que não se apoia no nada, mas sim, em conquistas econômico-sociais e científicas, de igualdade e bem estar já incorporadas pelas revoluções russa, chinesa, cubana, coreana do norte, vietnamita e vários Estados revolucionários que hoje se unificam, gerando condições objetivas de enfrentamento econômico-militar contra o imperialismo, inclusive de rupturas de velhos aparatos burocráticos. A unificação Rússia-China é um logro histórico. Nestes dias reúnem-se Putin, Xi-Jiping, entre reuniões do BRICS e OCX (Organização de Cooperação de Xangai) entre Vladivostok e Pequin. No dia 2 de setembro no desfile da comemoração dos 80 anos do dia da vitória contra a guerra nazi-fascista, Xi-Jiping exalta o papel do Exército Popular de Libertação chinês, junto ao PCC na defesa da soberania do país, da justiça, do povo e do socialismo. Um alerta a Trump e às ameaças de guerra do imperialismo.
Se o capitalismo pós-segunda guerra mundial criou vários instrumentos e instâncias de poder, o mundo multipolar está criando vários instrumentos e instâncias para se libertar do capitalismo predatório e possibilitar que mais nações possam se desenvolver sem a exploração dos “swifts da vida” e do papel pintado, o dólar.
Se por um lado, nas relações econômicas, avançam os BRICS e o Novo Banco do Desenvolvimento (NBD) vai se constituindo uma instância política, com um enfrentamento com o capitalismo agonizante, que tudo fará para não sair da história. Situação que vai requerer a formação de um bloco político-militar mais centralizado, para acionar e defender uma frente antimperialista com capacidade de enfrentar uma situação de guerra atômica – situação que paira no ar. Não é sem propósito, que o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Lavrov, foi ao encontro de Putin e Trump com a camiseta com a inscrição CCCP, União da Repúblicas Socialistas Soviética. Está dado o recado.
Comitê de Redação
PosadistasHoje
30/08/25
Foto destaque: Flotilha Sumud (Crédito: Telesur/EFE)