A sanha de Jair Bolsonaro em criar o caos no País no dia 7 de Setembro, dia da Independência, mobilizando sua tropa fascista para convocar as milícias armadas, as polícias militares estaduais e parte do exército que está no governo a irem às ruas para defender seu projeto político, evidencia o desespero de quem vem sofrendo uma sequência de derrotas no Congresso, sendo a principal delas a tão defendida volta do voto impresso contra as urnas eletrônicas estas, adotada a 25 anos exatamente por ser mais eficaz no combate às fraudes, mais segura e transparente. Bolsonaro busca seguir o mesmo caminho utilizado por Donald Trump nas eleições que culminou com a desastrosa invasão do Capitólio causando a morte de 5 pessoas. Sua ira aumenta quando o STF, na defesa da Constituição e usando suas prerrogativas, para manter a ordem, não tem facilitado a vida de Bolsonaro e seus comparsas que cometeram e cometem os mais variados crimes, como o uso das milícias digitais para divulgar as fake news, o envolvimento dos filhos nas rachadinhas, as ameaças de assassinatos contra os militantes e lideranças do MST, indígenas e o próprio assassinato da vereadora Marielle Franco até hoje não explicado. Mas é com as prisões dos delinquentes bolsonaristas, Daniel Silveira, Roberto Jefferson e as buscas da Polícia Federal na casa do cantor Sergio Reis que incitou uma greve geral dos caminhoneiros contra as instituições, que Bolsonaro sentiu que o STF e a CPI da Covid 19 que apura os crimes do governo nas quase 600 mil mortes não se intimidaram com as suas ameaças. Ele, Bolsonaro farejando que a verdade dos crimes cometidos está se aproximando dele e de seus filhos resolve contra atacar ameaçando desestabilizar o país com o uso da força e da violência.
Outro fator importante que corrói ainda mais a estrutura emocional de Bolsonaro são as pesquisas eleitorais que não mentem. E elas mostram que sua chance de se reeleger nas próximas eleições é praticamente impossível já que seu principal adversário nesta peleja é o imbatível ex-presidente Lula que deixou um legado que ainda permanece na memória do eleitorado. Um legado de atenção e transformação na vida de toda a sociedade principalmente os mais vulneráveis. Um projeto de inclusão social que Lula promete repetir mais e melhor se for eleito e legitimado pela sociedade como o novo presidente e é com esta proposta que neste momento percorre os estados do nordeste na tentativa de buscar apoio de políticos e empresários que fazem oposição ao atual governo, Lula é um sábio, tem visão de que o que está em jogo são dois projetos políticos e que é impossível derrotar a política genocida de Bolsonaro sem uma aliança com vários setores mesmo da burguesia, ainda que parte da esquerda torce o nariz para determinadas alianças. Resgatar o Brasil do desastre econômico e social cometido pelos governos Temer e Bolsonaro que governaram para as elites empresarial e financeiras gananciosas e entregaram o patrimônio público às empresas estrangeiras, está presente nas constantes entrevistas feitas nas rádios e nos encontros com as lideranças políticas e dos movimentos sociais nordestinos.
É visível que a temperatura política, tendo em vista as próximas eleições, começou a esquentar. Neste processo eleitoral além do Bolsonaro e Lula a elite burguesa neoliberal, também, busca uma saída para impedir o retorno da esquerda. E isso explica a permanência do governo Bolsonaro que ainda não caiu, mesmo com tantos pedidos de impeachment e tantos crimes cometidos contra o País. A história brasileira, tem mostrado que essa burguesia branca, rica, com destaque para a elite paulista e carioca, rejeita qualquer possibilidade de um governo que agregue a sociedade na participação da renda e na inclusão social, foi assim com Getúlio Vargas, com Jango, com Lula e com a Dilma, todos golpeados por essa elite conservadora de espírito colonizador, escravista que quer manter o negro e o pobre à margem da sociedade. Manter Bolsonaro com a trágica política econômica de Guedes, na qual a própria burguesia tem sido vítima, ainda é preferível a um torneiro mecânico governando o País onde a classe pobre terá plena participação nos debates sobre a condução do país. Portanto, ao adotar essa política, o andar de cima tem que ser responsabilizado também pelas mortes por Covid 19 pois ao não pressionar, de fato, o presidente Arthur Lira que engaveta os pedidos de impeachment é porque compactua com essa política criminosa do governo Bolsonaro
É difícil prever o resultado dos atos previstos para o dia 7 de Setembro. Os militares suspenderam o tradicional desfile militar depois do fiasco dos tanques que nada mais eram que verdadeiras sucatas e ainda virou chacota mundial. O que se sabe é que Bolsonaro convocou aliados e as milícias armadas e tem sua artilharia apontada para o STF e pode até mesmo apontar para o Congresso mesmo com seus aliados do Centrão que podem pular desse barco que está cada vez mais à deriva. Os principais centros como São Paulo as milícias, também armadas, prometem estar postas para atacar o governador Dória, o mesmo que cedeu a Av. Paulista para as manifestações e vão tentar um confronto com os movimentos sociais que neste dia fazem protestos do “Dia dos Excluídos” tendo como palavras de ordem o Fora Bolsonaro e Fora os militares do governo. A direção da Frente Brasil Popular, do MST, do Povo sem Medo dos sindicatos que estão organizando os protestos devem chamar a esquerda, estudantes e instituições democráticas a fazerem parte deste dia numa grande manifestação popular, em outro local, Largo da Batata ou Anhangabaú, fazer destes locais um grande palco de resistência contra o projeto genocida de Bolsonaro, em defesa da democracia propor a cassação da chapa que elegeu Bolsonaro e Mourão e a convocação de novas eleições que garanta a participação de Lula que lidera as pesquisas com um projeto de desenvolvimento para País. Sem essa força popular nas ruas corremos o risco de Bolsonaro dar o golpe ou a elite reorganizar suas forças e novamente golpear o presidenteLula.
Comitê de Redação
26/08/2021
Foto: crédito Portal de Prefeitura