O abstencionismo, o último reduto dos opositores golpistas


No dia 6 de dezembro, na Venezuela, serão realizadas eleições parlamentares para a renovação dos deputados da Assembleia Nacional e para que a mesma funcione corretamente. Desta forma, foi aceito, de pleno acordo, pelo governo e opositores democráticos, enviar uma mensagem ao mundo de Paz e entendimento entre os venezuelanos: Que seja um processo eleitoral exemplar de democracia, como nas 24 anteriores eleições no país bolivariano, em 20 anos de chavismo.

Há cerca de um ano foi instalada a chamada Mesa de Diálogo, deixando de lado os ressentimentos e preconceitos marcados nos últimos anos entre os chavistas e a oposição, e se conseguiu desativar a ação terrorista de uma parte importante de grupos políticos e dirigentes que seguiam as orientações do auto-convocado e golpista Juan Guaido.

Neste acordo, chavistas e opositores concordaram em 6 pontos de convergência. Estes 6 pontos foram quase totalmente cumpridos e a troca de óleo por alimentos ficou pendente; o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) foi modificado, os presos políticos foram libertados, foi acordada a proporcionalidade dos cargos, e não por maioria, e levar com sucesso as eleições parlamentares de 6 D, de acordo com o calendário eleitoral estabelecido na Constituição Bolivariana. Já estão inscritos 107 partidos e mais de 14 mil candidatos.

O CNE, completamente renovado, estendeu convites à União Europeia e à ONU, convidando-as como observadoras na disputa eleitoral; para que os organismos internacionais estejam presentes para verificar a pureza e legitimidade do ato eleitoral. Eliminar qualquer dúvida sobre fraudes, acordos ou pressão política de todos os tipos.

Na UE, nem todos os países membros aceitam a democracia bolivariana e vários países membros participam do bloqueio criminoso contra a Venezuela recebendo ordens diretas dos Estados Unidos. Deve ser dito, quão complicadas e difíceis são as atitudes fora do controle de Washington. No entanto, a Espanha se dissociou; a Ministra das Relações Exteriores, Senhora Aranecha Gonzales, declarou que “se existirem condições democráticas” a Espanha participará como observadora.

O “Grupo de Contato Internacional”, administrado remotamente pelos Estados Unidos, pede à Venezuela que adie as eleições em um ato claramente intervencionista, como se fosse um país satélite que responde aos seus ditames. Sem dúvida, a UE teme muito os EUA. A Casa Branca domina fortemente os seus aliados e impõe-lhes o que dizer e o que fazer. O senhor imperialista é o líder da quadrilha! E com sanções, bloqueios, ameaças, mercenários, conspirações, controle naval, ações militares, ele sinaliza aos seus subordinados e aliados; agora o roteiro é boicotar as eleições parlamentares de 6 D na Venezuela!

A pressão dos Estados Unidos contra o 6D é enorme. Já deu um forte sinal a toda a oposição ameaçando-a, disse Carrie Filipetti, subsecretária adjunta para Cuba e Venezuela do Departamento de Estado: “Os Estados Unidos não permitirão a participação no processo eleitoral; as eleições 6 D são uma fraude” – “Não são livres, não são justas …

É a mesma matriz em toda a região. Bloquear Rafael Correa no Equador, impedir que Evo Morales seja candidato a senador por Cochabamba, e chamar a que todos os venezuelanos se abstenham eleitorais.

É um sinal em várias direções. A UE, não é de forma alguma autônoma do mestre gringo. É por isso que a UE inventa que não tem tempo para estar em Caracas como Observador no 6D; e como diz Nicolás Maduro: “Se não podem mandar uma supercomissão, mandem uma comissão privadamente, se querem ver a verdade que os EUA negam”

E como parte do plano de abstenção e intimidação, os EUA enviam o secretário de Estado Mike Pompeo à Colômbia – encontra com Iván Duque – Surinan, Guiana e ao Brasil. E no Brasil vai para se reunir em Boa Vista-Manaus com as autoridades do Bolsonaro, bem na fronteira com a Venezuela, a apenas 200 quilômetros de Santa Elena de Uairen, no sul do país. É praticamente uma nova provocação combinada com Bolsonaro. Os EUA estão liderando a guerra contra a América do Sul e seu principal interesse é derrubar o governo bolivariano e impedir acordos comerciais e políticos entre a China na América Latina. E para esta guerra, conta com Iván Duque que tem o descaramento de atacar falsamente a Venezuela quando seu governo assassina cara a cara; a Colômbia é praticamente um Estado narco paramilitar policial; ele é o principal aliado dos planos macabros dos gringos na região, e, particularmente, contra a Venezuela. Por isso Lula denuncia a turnê de Pompeo como um “ato de provocação contra a Venezuela” e que visam o Petróleo da América do Sul.

Como parte dessa política criminosa dos Estados Unidos à Venezuela, foi registrado o pseudo relatório sobre Direitos Humanos de um grupo de “especialistas” da ONU, onde denigre, mente, sobre a situação no país bolivariano em termos de direitos humanos desde 2014 a 2020. Trata-se de um Relatório feito à distância, eles não visitaram o país e seus depoimentos foram feitos por telefone e online. Copia e cola comunicados de imprensa baseados em fontes do auto-convocado Juan Guaidó. Uma verdadeira infâmia que junta à guerra e ao abstencionismo, quando na Venezuela são tomadas medidas aceleradas para fechar a fratura constitucional, na expectativa de que dezembro seja um grande evento político.

E eles cobraram 5 milhões de dólares por essa imundície. O advogado chileno Francisco Cox foi um dos editores, um homem de Piñera e das fileiras de Pinochet!

A Venezuela abriu as portas do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e desde 2018 a Comissão liderada por Michelle Bachelet opera de forma autônoma.

É uma espécie de pinça, tentando estrangular o país bolivariano e dar sinais inequívocos aos Governantes, parceiros e companheiros, desta arrogância imperialista.

O atual presidente da A.N. Luis Parra – oposição democrática – clama para que a Comunidade Internacional participe como observadora no 6D, desconsiderando as ameaças, ataques, insultos e vinganças que os Estados Unidos têm feito, de modo a participar e validar o processo eleitoral de dezembro.

Os EUA estão muito preocupados com as declarações de Enrique Capriles questionando Guaidó, dando sinal verde aos parlamentares. Mas sabe-se que a última decisão, do duas vezes perdedor, vai depender do que fizer a UE onde o esquálido se apoia.

A direita venezuelana, excluindo Guaidó, um verdadeiro fantoche nas mãos de Trump, teme ser deixada de fora do processo político justamente quando aumenta a confiança dos venezuelanos na perspectiva de votar e de ir votar no 6 D, neste momento, recompensando-se com tranquilidade e benefícios no dia a dia, entre eles mais acesso ao mercado, compras, alimentação, remédios; Uma situação verdadeiramente favorável para quem mais sofre!

A direita, a pior e a outra, está em claro retrocesso. Toda a Venezuela sabe que conseguiu obter a vitória eleitoral nas eleições parlamentares de 2015 mentindo, desvirtuando descaradamente a realidade.

O slogan, na época, era: “essa será a última fila”. Esses patifes trapacearam traiçoeiramente dado que foram os criadores da escassez e, consequentemente, da angústia popular que, sob engano e retrocesso político pela morte do Líder natural, obtiveram votos suficientes para os 112 deputados de um total de 167 parlamentares; ou seja, a maioria absoluta! E então eles sequestraram o AN, eles a transformaram em algo mais da contra-revolução, e o braço executor dos planos terroristas!

São 5 anos dolorosos, cheios de angústia para os mais humildes. Com a AN no poder da direita, deram razão e justificativas aos nefastos planos de sanções, bloqueios, cerco, perseguição, corrupção e roubos ao país bolivariano; a população vulnerável foi a mais afetada.

O governo chavista, a liderança de Nicolás Maduro, com a enorme ajuda da Rússia, China, Irã, Cuba e outros países amigos conseguiram amenizar a tão complexa situação, atingindo a maioria da população com a sacola de comida das CLAPs a 7 milhões de famílias subsidiadas pelo Estado e assim se opor ao terrorismo, às guarimbas, ao roubo de seus bens no exterior.

Com eles ou sem eles, o 6 D é imparável !!! É uma aposta arriscada abster-se e depender dos gringos enquanto se espera que resolvam os problemas que pertencem às e aos venezuelanos e no marco da democracia.

É paradoxal que, diante de tanta dificuldade, produzida pelas sanções e pelo bloqueio, com a queda brutal da indústria do petróleo, principal fonte de divisas, o poder chavista cresceu.

Na Venezuela, até 2015, foram produzidos cerca de 3.500.000 barris/dia e, ao sol de hoje, mal chega a 350.000 b/d. Mesmo assim, o Chavismo é socialmente a única força político-militar com capacidade para o Poder.

A presença produtiva na terra, o cultivo, a semeadura, a autossuficiência, e encher as bolsas dos CLAPs com alimentos produzidos no país, é a ordem! E deixar para trás a dependência da primazia do petróleo. Há que esperar outro momento, outra situação internacional onde o papel da PDVSA possa ser recuperado, considerando que este recurso, o petróleo, é fundamental na estrutura econômica venezuelana.

O povo novamente se enfrenta diante do voto, e desta vez não pode ser enganado. Temos que decidir pela Pátria e pela Revolução, com certeza será mais um exemplo de muita gente e de muita dignidade!

O caderno eleitoral, de 20 milhões 710 mil 421 eleitores, já é conhecido de todo o Eleitorado. A CNE trabalha incansavelmente para que todas as garantias constitucionais sejam dadas no dia 6 D, no entanto, os EUA já lançaram um ataque à Presidencia do órgão eleitoral, Indira Alfonzo Izaquirre, como parte normal da mensagem imperial para intimidar e ameaçar e impedir o normal funcionamento eleitoral na Venezuela bolivariana.

O oficialismo apresentou 554 candidatos e candidatas ao GPP (Grande Polo Patriótico), dentre os quais 50% mulheres, 90% novos e 40% jovens com menos de 40 anos.

O Chavismo tem muitos de seus melhores quadros como candidatos junto ao Grande Pólo Patriótico, o PCV (Partido Comunista Venezuelano) auto-excluído, reeditando velhas políticas sectárias e radicais fora da tão necessária Unidade do Campo Popular. Na aliança, o GPP, todos são representados igualmente porque as apostas são altas no 6D; recuperar a AN, e defender com unhas e dentes o projeto que o Eterno Hugo Chávez iniciou; ameaçado, bloqueado e denegrido. Os 5 anos de Assembleia Nacional, raptada pela direita, só serviram aos planos golpistas e enfraqueceram a imagem internacional da Venezuela. Lembremo-nos que em 23 de janeiro de 2019, em uma praça no leste de Caracas, Juan Guaido se autoproclamou “Presidente em exercício” e em meia hora reconhecido pelos Estados Unidos, enquanto cerca de 50 países do mundo deram-lhe apoio. Com o crescimento de sua posição, no dia 1º de fevereiro anunciou o envio da suposta “ajuda humanitária” dos Estados Unidos. Uma operação de golpe clara disfarçada de “humanitária”. E no dia 23 de fevereiro, sob os auspícios do bilionário Richard Branson, eles convocaram o “Concerto Venezuela AID LIVE” em Cúcuta. Uma verdadeira provocação, tentar violar a fronteira venezuelana à força com gôndolas carregadas de explosivos e armas. Um verdadeiro Cavalo de Tróia! Derrotado pela Fanb (Forças Armadas Nacionais Bolivarianas), pelos milicianos e pelo povo, que enfrentaram a invasão do lado colombiano. Eles tentaram passar pela Ponte Internacional Simón Bolívar e pela ponte Tienditas com gôndolas carregadas de armas.

As eleições de 6D têm um papel fundamental e vão ajudar a fortalecer a chamada Revolução Bonita e a Unidade do povo. Setores opostos foram incorporados à luta política democrática e mais uma vez uma oposição está sendo construída dentro dos marcos institucionais. O grupo terrorista foi definitivamente isolado. Foi imposto que se faça política e resolver divergências por meio do voto. Precisamente o que os EUA não querem, empenhados na guerra e para derrubar o governo bolivariano.

Desta forma, com o voto popular, o bloqueio criminoso e as miseráveis sanções que impedem o normal funcionamento econômico do país serão derrotados; mais de 30 bilhões de dólares apreendidos pelos bancos capitalistas serão recuperados no exterior e resolverão também o fornecimento de insumos, peças de reposição, serviços e manutenção necessários que proponham uma pujante PDVSA, de mãos dadas com o Estado Bolivariano.

Até agora, a cooperação com a China, Rússia e Irã é decisiva e contribui enormemente para a firmeza bolivariana.

Ninguém, nenhum governo e liderança da região que se considera democrática deve ficar à margem do que vai acontecer na Venezuela no dia 6D. Ajudá-la a se consolidar e se desenvolver plenamente em paz e sem interferir na trajetória eleitoral democrática é também a bandeira de governos e forças políticas que lutam na região.

É preciso canalizar, como está acontecendo, a tranquilidade democrática na Venezuela. Ninguém no marco do Nacional e do Popular pode fingir que não percebeu que a Venezuela faz parte importante da região e não entendeu que a agressão sofrida como país também é sofrida por outros povos, outros governos, outros movimentos. Olhe para Chávez, olhe para Néstor e Cristina, olhe para Evo, Correa e para o Nicolás Maduro que está lutando fortemente.

É preciso, entre tantas, enviar observadores no 6D, reafirmando a decisão do povo bolivariano, dando-lhe todo tipo de ajuda e para conter as provocações armadas pelos gringos imperialistas e seus lacaios.

Por Pedro Alonso

29/09/2020

Publicado em:

https://www.aporrea.org/actualidad/a295672.html

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