Na atual etapa do capitalismo, este só consegue produzir a barbárie


A guerra em Gaza e a Rota da Seda

O genocídio que o imperialismo anglo-americano sionista está cometendo na Palestina ao invés de demonstrar razão histórica, representa os estertores de um sistema que não tem nada a oferecer à humanidade, a não ser a barbárie.

É a fase perversa do capitalismo que busca frear o progresso da humanidade com matança, destruição de um povo, demonstrando ao mundo que é só isto que tem a oferecer: morte, decadência, milhares na pobreza, genocídio, interesse econômico predatório. É uma reação ao progresso dos Estados operários (chamados países socialistas), dos Estados revolucionários e dos países emergentes que avançam em direção a um novo modelo global multipolar de desenvolvimento econômico e social.

Enquanto os chineses constroem a Rota da Seda, planejam a construção de uma planta gigante de energia solar no espaço, o imperialismo anglo americano sionista tortura e mata, crianças, anciãos, mulheres grávidas e submete toda a população a um campo de concentração, comparável, pela sua crueldade extrema, ao que foram os campos de concentração nazistas. Ironia da história!

Vivemos um período em que o Estado operário chinês reúne condições de possibilitar um salto enorme na organização social. Como dizia Plekhanov“a organização de qualquer sociedade é determinada pelo estado de suas forças produtivas. Quando muda este estado, mudará infalivelmente, mais cedo ou mais tarde, a organização social”. Os Estados operários (chamados países socialistas), principalmente depois da unificação da China e Rússia, passam a ter condições de um desenvolvimento de suas forças produtivas e da organização da sociedade em condições muito superiores às forças produtivas do capitalismo.

Por isto, cada vez mais vamos assistir feitos como construir uma instalação gigante de energia solar no espaço, tirar milhares de chineses da pobreza, construir uma cidade movida a energia solar, construir a plataforma 5G, combater a pandemia do Covid 19 com eficiência, levar progresso à várias partes do mundo com a Rota da Seda. Um projeto tão relevante e atrativo para o desenvolvimento que 147 países, representando mais 60% da população mundial manifestaram interesse em aderir ao Novo Cinturão. O investimento chinês em projetos globais de infraestrutura e redes energéticas corresponde a aproximadamente US$ 2 trilhões, como esclareceu o governo chinês antes do 3º Fórum para a Cooperação Internacional da Nova Rota da Seda realizado nos dias 17 e 18 de outubro para celebrar os 10 anos do megaprojeto. (Fonte: O Estado de Minas Internacional).

 Em meio às tentativas do imperialismo de detonar a guerra final e atômica, a nova ordem mundial vai se impondo, e o sistema de produção planificada estatal chinesa, baseada na justa distribuição das riquezas, vai demonstrando ao mundo sua superioridade para o futuro da humanidade. Ainda de forma desigual e combinada, mas já se constituindo num sistema superior ao sistema capitalista, como foi o capitalismo em relação ao sistema feudal. As análises de Marx e Engels vão se confirmando diante de uma nova correlação de forças mundial, determinada pela unidade Rússia e China, através da Rota da Seda, sem guerras. Isso incide na desconcentração da Europa capitalista nos planos de hegemonia e guerra dos EUA. Putin convida Macron apresentar o pedido da França para entrar no BRICS; única via para responder às grandes pressões sociais.

Estão dadas as condições de se acelerar o desenvolvimento das forças produtivas que já não existem mais no capitalismo, em países como o Reino Unido, os EUA e na maioria dos países capitalistas da Europa. A organização social conduzida por um Partido Comunista Chinês, aliada ao desenvolvimento de novas tecnologias em benefício social, possibilita uma velocidade neste desenvolvimento que o capitalismo já não pode mais acompanhar. Se já tínhamos convicção das qualidades dos Estados operários (países socialistas), o desenvolvimento dos mesmos na atual etapa vai mostrando este curso inexorável da história.

Há uma completa dissociação entre o que pensam as populações em vários países do mundo capitalista e sua representação política, eleita por um sistema político falido. Milhares de manifestantes vão às ruas em apoio à luta dos palestinos, contra os sionistas assassinos. Há um hiato entre a movimentação revolucionária das massas e a existência de uma direção revolucionária internacional que direcione todo este potencial das massas para aniquilar o capitalismo.

Mas o mundo multipolar vai se reafirmando. Rússia, China, Irã, Vietnã, Cuba, os Estados revolucionários que se rebelam contra o imperialismo vão construindo um campo como o BRICS-plus. Vão construindo relações de produção e intercâmbio que o imperialismo não pode suportar; inclusive o fim do dólar.

A resposta do imperialismo è a guerra

Cogita-se em construir, através de alguns países capitalistas imperialistas, uma nova, comercial, incluindo o território de Gaza atacado e despojado de palestinos, para se contrapor à Rota da Seda desenvolvida pela China. Sem nenhuma perspectiva, pois esta “nova rota indiana”, passando pelo Estado de Israel vai reproduzir as mesmas relações capitalistas decadentes, usurpadora de riquezas, que visam apenas a expropriação dos povos e o enriquecimento de uma elite. Muito diferente da Rota da Seda Chinesa.

Esta é a estratégia de fundo que levou o Estado de Israel, guiado pela extrema direita e apoiado pelo plenamente imperialismo USA, a iniciar esta nova guerra para exterminar o povo palestino, expulsá-lo de suas últimas terras e conquistar os recursos energéticos comprovadamente existentes na região costeira. Se os ataques do Hamas no dia 7 de outubro serviram de pretexto, é um fato irrelevante. O próprio secretário geral da ONU, saindo da tradicional ambiguidade, declarou que os ataques de Hamas não aconteceram “no vácuo”. Reconhece claramente que foram uma reação à opressão insuportável.

Qualquer que seja o pretexto, a guerra de Israel já estava armada, e a sua preparação durava já muitos anos.  O resto é propaganda, fanatismo, racismo, histeria, cobertura midiática falsa e mentirosa. Não há argumento que justifique semelhante ação, a sanha assassina contra todo um povo, e a muralha da mentira sionista rui por terra em todo o mundo, frente à estridente evidência dos fatos. E um fato que fica evidente também é que não se trata de uma guerra de “Hamas contra Israel”, mas do extermínio programado do povo palestino. Resta saber se a História vai permiti-lo, frente à heroica resistência desse povo, que mesmo em total inferioridade militar, resiste e resistirá ao extermínio, com crescente apoio e solidariedade mundial.

O Brasil frente à guerra

O presidente Lula cobrado por um posicionamento sobre a guerra, demorou algumas semanas para se pronunciar. Liderança mundial cuja voz é respeitada pelo Sul Global, Lula foi enfático na sua declaração e pediu todos os esforços pela paz imediata na Faixa de Gaza. A cautela inicial por uma declaração mais contundente contra os bombardeios israelense, se explica pela presença de brasileiros, a maioria mulheres e crianças na região de conflito. Assim que foram repatriados para o Brasil, Lula endureceu o discurso contra Israel. “Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra; ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra; ao não levar em conta que eles não estão matando soldados, estão matando junto crianças”, discursou Lula. “Não estão matando soldados, estão matando junto crianças”. Declaração repercutida por vários veículos no mundo. Bastou Lula dizer a verdade, romper os limites diplomáticos, que gerou protesto do governo israelense, da Confederação Israelista do Brasil e da extrema direita brasileira.

O imperialismo, através da guerra de Israel, trata de forçar posicionamentos, rupturas internas e reforço das forças conservadoras e oligárquicas para desestabilizar e golpear os governos progressistas. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que resistiu fortemente à ação de Israel é agora vítima de enorme pressão golpista do lawfare. No Brasil ameaçam o processo democrático, tratando de envolver o governo com uma falida perseguição aos defensores do povo palestino.

Isso se dá dentro de um campo silencioso onde, sem disparar um tiro, ano após anos, o neoliberalismo vai se apropriando das riquezas do país. São entregues parte do patrimônio da Petrobrás, da Companhia Vale do Rio, da Eletrobrás, parte da Embraer, Usiminas, Açominas,  a CSN, a autonomia do Banco Central. Uma dívida pública que consome 45% do orçamento da União.

Lula, baluarte da resistência nacional, busca sobreviver e desenvolver o país, tendo que fazer acordos com congressistas corruptos para aprovar a inclusão do povo pobre no orçamento da União.  Situação semelhante vivem a Argentina e vários países da América do Sul.

Prenderam Lula. Mas, voltou a se reeleger. E novamente, buscarão arquitetar o golpe fracassado, reforçados pela vitória eleitoral de Milei na vizinha Argentina. E não temos ilusão: um novo golpe está em curso no país, com as mais variadas características. Com o Brics11, tendo em vista a relação do Brasil com a China e Rússia, seguramente, o imperialismo anglo-americano sionista sempre estará arquitetando um possível golpe contra a democracia brasileira, como fizeram em 64 com o Golpe Militar, em 2016 contra a Presidenta Dilma e em 8 de janeiro de 2023, assumindo as mais variadas formas. Estarão sempre de olho para que o Brasil não se transforme numa democracia soberana e independente dos ditames do imperialismo.

O futuro do Brasil dependerá da liderança política afinar-se com a população, politizar nossas organizações, enfrentar o fascismo e o bolsonarismo; enfrentar o atraso que significam as igrejas evangélicas pentecostais, o sionismo, as milícias e os traficantes de drogas, sustentadas na concentração de riqueza do país. Não são tarefas que se resolvem com uma “bala de prata”. É um processo que requer uma política centrada na soberania nacional e na organização popular. Centralizar o confronto com a direita neoliberal no Congresso Nacional, nos deixa fragilizados. Sendo ele necessário, mas nos deixa fragilizado e desconcentrado pelo próprio peso majoritário da representação das elites no Congresso Nacional.

Constituir mídias públicas e independente e popular é urgente e uma questão de vida ou morte. A chegada das novas tecnologias comunicacionais deu uma grande vantagem para a direita manipular a opinião pública, em várias partes do mundo. A vitória da mentira e da campanha fascista de Milei nas redes sociais apoiou-se na também na despolitização de uma  juventude marginalizada da economia e na insatisfação e desespero de uma população que vive em regime de hiperinflação, para derrotar o governo peronista.

A entrada na guerra comunicacional moderna, das redes de internet, dos setores revolucionários e democráticos ainda é lenta, mas no tempo isto vai sendo superado: mesmo mentindo descaradamente em relação aos acontecimentos em Gaza e na Cisjordânia, tudo tem limite, tanto é assim, que milhões de pessoas saem às ruas em vários lugares do mundo para defenderem o povo palestino. A humanidade vai aprendendo também a utilizar estes meios, para resistir. Mas quando, como no caso da Palestina, passa-se “das armas da razão à razão das armas”, não será a manipulação colossal da informação no mundo que impedirá a vitória.

Constituir um Frente Anti-imperialista, além dos Brics11, das Associações dos Países Asiáticos, das Organizações dos Países da África e América Latina é fundamental, pois não está descartada uma extensão da guerra de Israel/EUA na região do Oriente Médio, para não dizer na insanidade da elite mundial e dos EUA, para tentar sobreviver, lançar um Terceira Guerra Mundial que por sua natureza será atômica, num momento em que armas atômicas podem estar sendo comercializadas.  Tudo é possível nesta transição do capitalismo para o socialismo. Não se trata se sermos guerreiros, mas é a natureza da luta de classes, não pacífica. Como foi a transição do feudalismo para o capitalismo.

Comitê Editorial

23/11/23

 

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