O Irã e a guerra


O Irã, como uma mola pressionada, em breve, quebra e esmaga. Ele se prepara socialmente antes do ataque militar ser lançado. O Conselho de Segurança Nacional já se declarou unânime a favor do ataque a Israel. O comandante das Forças Navais também o fez hoje. Primeiro, o comandante Fadavi, o vice do Pasdaran, o teórico, aquele de pouca retórica e poucas palavras, diz que o ataque é certo. As Forças Armadas estão preparadas e isso pode ser comprovado em diversas declarações, incluindo as do próprio Ali Khamenei.

Mulheres iranianas diante da embaixada dos EUA em Teerã (4 novembro)

Hoje, houve uma mobilização geral de várias gerações, até aos mais jovens, por ocasião do aniversário da ocupação do “covil dos espiões”, a embaixada dos EUA, em 4 de novembro de 1979; o acontecimento que mudou o destino da revolução islâmica de anti-ditadura para anti-imperialista. Os comunistas eram contra, preferiam o desenvolvimento capitalista da fase burguesa, o governo Bazargan, ou seja, o plano dos EUA para substituir o Xá que se tornara uma farsa que negociava com os soviéticos com a indústria siderúrgica; mas não havia burguesia, e a que havia, fugiu com o dinheiro. Depois veio a guerra e a supremacia da máfia Rafsangiani.

Contudo, hoje, por ocasião desse ataque e desse salto, a mobilização geral contra o imperialismo Americano e Israel, em apoio a Gaza e ao Líbano, a base e a condição social estão a ser preparadas para o ataque militar. O aspecto jurídico é cozido al dente. O governo fantoche é contra. Ele está muito ocupado em acelerar as privatizações desenfreadas de infraestruturas e de preços.

A semelhança com Milei não é mais intuição, ma um fato. Não ao nível de Yeltzin quando o novo grande proprietário, Khodorovsky, propôs uma gigantesca joint venture com a americana Exxon Mobile. É nesta situação que a primavera iraniana se prepara para saltar e esmagar. No salto, também removerá a ferrugem e os resíduos dos aliados internos do imperialismo anglo-americano. Desta vez, porém, não será um aviso. Não será combinado com Biden. Não é um ataque suave combinado. A questão é de vida ou morte. Depois disso, as eleições americanas. Antes, durante ou depois, talvez na grande comoção dos ataques e contra-ataques pós-eleitorais. Notícias como a Sky News, todas ao lado de Kamala Harris e contra Meloni e Orban, estremecem só de pensar. Ninguém está a discutir se o ataque poderia ter sido um bluff útil para as eleições ou para relatórios internos.

E os assassinos sionistas telmudistas tentam matar e destruir o máximo possível, especialmente em Gaza e no Líbano. Podem mandar os B52 ou o que quiserem. Isso não vai impedir o ataque, desta vez junto com os demais, e não sabemos o que vai chover do céu sobre a cabeça dos assassinos mimados pelos falsificadores do “anti-semitismo” da burguesia e da esquerda, cúmplices e vendidos por dinheiro dos banqueiros judeus, da Open Society e das ONG Sorosianas. Duas explosões, uma terrível mistura entre o ataque iraniano e a provável vitória de Donald Trump.

Há motivos para tremer, especialmente eles, os cúmplices do louco Netanyahu e de todos os neonazis que trabalham na UE. Depois será feito “um balanço e uma perspectiva”, entre a imaginação e a realidade da turbulência pós-eleitoral e pós-ataque e de guerra. Aqueles que são contra os bombardeamentos israelitas darão um motivo, dentro dos seus limites de protesto, mas em última análise, e sobretudo, contra o ataque de mísseis iranianos contra Israel. Pesa aquela democracia a que eles estão acostumados. É como não sentir o perigo real.

Não é casual que a mídia internacional dê, neste momento, transcendência à foto da estudante iraniana desnuda e só com roupas interiores protestando contra o uso do hijab desafiando a polícia de moral religiosa. As redes, apoiadas pela cultura sionista, metem tanta paixão por uma jovem iraniana, divorciada, mãe de dois filhos cujo ex-marido apela à não divulgação das imagens, que abalam os corações daquelas que lutam com o corpo feminino contra uma potência prestes a atacar Israel. A imagem dessa jovem serve para apagar a de milhares de mulheres iranianas com o hijab que protestam contra o massacre de Israel na Palestina. Lá em Gaza jovens ou velhos, mulheres ou homens, adultos ou crianças, humanos ou animais, são queimados vivos, cobertos ou nus.

O presidente iraniano diz que esta é uma guerra econômica mas, na realidade, é uma forte guerra de classes, que ainda não atingiu a sua arma final. No leste e sudeste, no Sistão e no Baluchistão, os ataques militares são constantes. Eles vêm do Afeganistão ou do Paquistão, a oeste do Curdistão iraquiano. Mas a principal guerra é interna e em todos os campos.

A rapariga nua, ou a jovem mãe divorciada, é apenas o mais recente ataque com repercussão no exterior nos ambientes e nas redes que instigam uma mudança de regime contra o poder. Das roupas íntimas interiores se evidencia que tudo foi planejado para ser colocado na rede, em preto e branco, com muito eco nos círculos ligados a Israel e na rede internacional de informação de ONGs, da Open Society de George Soros, e dos banqueiros judeus sionistas. Depois da desnuda Ahu, gazela, as “respeitáveis meninas” permanecem seminuas fora e dentro da universidade, num desafio violento que levou, recentemente, a queimar vários policiais de trânsito e ao assassinato violento de centenas de jovens da milícia que defende o Estado.

Há uma luta interna que culminou com o assassinato do combativo e popular Presidente Ibrahim Raissi ao lado dos palestinos. O governo Pezeshkian, está mais uma vez ligado ao FATF, um instrumento para controlar os movimentos bancários num país fortemente sob um embargo imperialista. O FATF juntamente com a questão nuclear e a AIEA para aniquilar as capacidades nucleares, de mísseis e políticas necessárias para apoiar a resistência e o ataque militar contra Israel; isso fica suspenso no ar. Não se sabe se o ataque econômico privado, cultural, artístico e moralista contra o Estado Islâmico irrompe primeiro, ou o ataque militar e a guerra contra Israel. Os militares, em geral, estão prontos e aptos para o ataque, mas com muitas ataduras nos pés.

A guerra também irrompe entre os três poderes, o governo inflacionista e privatizante por excelência, por um lado, o parlamento e o poder judicial, por outro. No entanto, demasiado complexo para resumir e simplificar.

O que irá romper e desenrolar esse novelo é a situação internacional, desde os BRICS, a grande Rússia, a vizinha China, e as eleições americanas. Eles fingem dizendo que “para nós tanto faz quem vence nos Estados Unidos”. Este governo fantoche está contra Trump e tem muito medo dele, mas não apoia publicamente Kamale Harris. O que existe é que os equilíbrios instáveis irão romper-se em breve e mais cedo do que o esperado.

Correspondência
S. Bavar
4/11/24

 

 

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