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Pode-se dizer que hoje há no Irã um início de uma virada na política interna e externa. Na externa, o Lider Khamenei reuniu toda a equipe e disse “basta com a diplomacia do agrado, e com a oração”; e a diplomacia, embora deva ser flexível, deve ser revolucionária em função dos interesses nacionais e dos novos protagonistas (China, Rússia, Índia) e dos Estados vizinhos e centro-asiáticos. Considerando a política de Amir Abdollahian, das relações exteriores, complacente com o governo nazista em Kiev e mantendo os velhos e corruptos embaixadores de Rouhani, agora ele tem que mudar e redefinir tudo de novo, inclusive com os Talibãs.

Há uma delegação militar iraniana em Cabul! O pai do Xá, Reza Mir Panj, mais tarde Reza Shah, havia concedido ao Afeganistão um vasto território onde nasce o rio Helmand, cujas águas, contra os acordos da época, não chegam ao Irã há anos, causando emigração e pobreza. A diplomacia de oração e fraternidade de Amir Abdollahian não funciona mais e os militares estão pensando em como convencer o Talibã. Muitos grupos de contrabando de armas militares são descobertos e presos graças à colaboração dos serviços iraquianos. Na política interna onde os bancos privados e golpistas eram mais fortes que o Banco Central drenando e criando inflação, agora, com maior direito e controle do Banco Central sobre as importações e exportações, as coisas se invertem. Quem roubar a moeda no exterior será punido. “Fatos não palavras!”.

Há mais de 30 navios prestes a entrar no Mar Cáspio servindo o corredor Norte Sul. Alguns estão no Mar Negro, chegarão pelo canal entre Don e Volga, outros estão em portos russos do Mar Cáspio e estão se adaptando à nova tarefa, e dois em construção em estaleiros iranianos. Tudo isso quando o Irã também sai do circuito do dólar. E esta é talvez a coisa mais mortal para o sistema bancário americano.

Irã rumo à militarização? Encoberto e direto? Parece que sim. E a síntese é a escolha de um comandante operacional de estratégias militares marítimas, da guerra assimétrica contra o imperialismo, como secretário do Conselho de Defesa, ou de Segurança Nacional. Um organismo decisivo em tudo, para o mundo externo e interno. O comandante Ahmadian, um dos principais líderes da cúpula de Pasdaran, doravante também dirigirá a política e a diplomacia iraniana, externa e interna. Uma mudança imposta pela situação de guerra no mundo e depois de muitos ataques e crises da Rússia.

Anos antes, Serguei Shoigu (ministro da defesa russo) ouvira Ali Shamkhani (ex-presidente do Conselho Superior de Segurança Nacional), o membro moderado e conciliador da banda pró-ocidental de Rouhani, após o fechamento do aeroporto militar de Hanedan para a força aérea russa durante a guerra de Aleppo contra o Isis. O significado da mudança no topo do Conselho de Segurança Nacional é múltiplo, tanto na política externa (mudança no ministério exterior) como na nova intervenção do Procurador-Geral da República contra os pró-Ocidente e as suas fake news. A partir de agora, quem espalhar notícias será chamado a relatar fatos documentados, mesmo que seja parlamentar. Os corruptos parlamentares do livre mercado contra as medidas do governo e do Banco Central não poderão fazer o que bem entenderem demitindo ministros anticapitalistas. A mais recente, o lançamento do novo míssil balístico com alcance de 2.000 km, mas com ogiva de 1.500 kg e velocidade de ataque de 12 mach, juntamente com a nova instalação nuclear sob as montanhas de Zagros.

S. Bavar
Correspondente
Direto do Irã
25/05/2023

Foto: Ayatollah Ali Khamenei (File AFP)

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