BREXIT: O esgotamento do capitalismo e a necessidade de uma perspectiva


A primeira-ministra, Theresa May, apresentou ao Parlamento britânico, pela terceira vez, o mesmo documento sobre a saída do BREXIT para submeter à votação dos deputados e foi derrotada pela terceira vez no dia 29 de março. O Brexit é um jogo absurdo que compromete mais a Inglaterra com os EUA, dividem a população e canalizam a lutas ao parlamentarismo, ocultando medidas repressivas, dividindo o Partido Trabalhista e desviando a atenção dos preparativos militares, das ameaças à Venezuela, da unificação da direita a nível europeu e internacional. Nisso se inclui também a detenção do fundador de Wikileaks, Julian Assange, da embaixada do Equador, com conivência do presidente atual do Equador, o direitista, Lenin Moreno. 

BREXIT: O esgotamento do capitalismo e a necessidade de uma perspectiva

Unidos contra a guerra do capitalismo ao socialismo!

A decisão de deixar a União Europeia foi feita por meio de um referendo em 23 de junho de 2016, com 51,8% (a favor) e 48,2% (contra) com uma grande participação. Em 25 de novembro de 2018, Jean-Claude Juncker, da Comissão Europeia, assinou com Theresa May do governo conservador britânico, um acordo preliminar de separação. Este acordo, se for aprovado pelo Parlamento Britânico, retirará o Reino Unido da União Europeia, mas o manterá temporariamente dentro da União Aduaneira Européia – um compromisso chamado “the backstop” (o recuo).

Em janeiro de 2019, o Parlamento Britânico não somente não aceitou este documento, mas se opôs esmagadoramente. Os deputados que apoiam o Brexit (os  “Brexiteers” – os brexiters) rechaçaram por se tratar de um documento que mantém parcialmente dentro da UE. E os que se opõem ao Brexit (os “Remainers” – os remanescentes) são contrários ao documento por terminar com a participação britânica como membro na UE.

Em geral, na população do país, os brexistas, como os remanescentes, também odeiam esse acordo. Eles não aceitam que o país perca todos os seus direitos dentro da UE para o mesmo que está parcialmente dentro. Seja de um lado ou de outro, todos sentem que isso é inaceitável.

Os capitalistas estão em crise porque não podem de repente parar de negociar com a UE submetidos às regras atuais. Os brexiters mais ‘extremistas’ nos quais se incluem aqueles que têm grandes meios financeiros e políticos (Nígel Farage, Boris Johnson, Jacob Rees-Mogg, Gavin Williamson e outros), pertencem quase exclusivamente ao Partido Conservador. Eles dizem que, se não houver um acordo aprovado pelo parlamento (britânico) antes de 29 de março, o país deveria sair “sem acordos” (crash out) da UE e começar a negociar diretamente com os termos da Organização Mundial do Comércio (OMC). Os sindicatos e a população em geral temem que isso não tenha sido preparado. Tal saída causaria dificuldades imprevistas, aumentos de preços, escassez de produtos, demissões, protestos e problemas sociais.

Quanto aos mais determinados dos “Remainers” (Remanescentes), também se encontram no Partido Conservador. Eles chamam a um novo referendo; querem revogar a decisão do referendo de 2016. Muitas vezes, fazem escândalos no parlamento e nas ruas, para alimentar o ambiente de grande confusão dentro do Partido Trabalhista. Esses dirigentes Conservadores pensam separar deputados e membros trabalhistas da liderança de Corbyn, que não concorda com outro referendo. A palabra de ordem de Corbyn é convocar eleições gerais. Ele não vê sentido em organizar outro referendo para ter mais ou menos o mesmo resultado.

Este processo está se tornando uma verdadeira guerra por parte dos Conservadores (os “Tories”) contra o Trabalhismo e a classe trabalhadora britânica. Os Tories são o partido mais poderoso da classe capitalista britânica. Eles consideram Jeremy Corbyn como um comunista, um agente da Russia e um incapaz anti-guerra. Eles não querem eleições gerais, pois o Partido Trabalhista têm uma grande chance de vencer. Os Conservadores e seus aliados denigrem a figura de Corbyn; eles convidam os deputados e ministros de Corbyn a votarem lá e acolá, nos bastidores, pelo Brexit, para tirar sua autoridade no Partido Trabalhista, isolá-lo e fazê-lo perder a liderança do Partido. O fato de fazerem tudo isso é por medo da mensagem socialista de Corbyn. Ele declara que depois do Brexit, ele buscará a reentrada do país na UE com base em condições favoráveis aos trabalhadores europeus e britânicos, bem como à conservação do planeta e do clima.

Jeremy Corbyn e a sua equipe socialdemocrata de esquerda têm muito apoio no Trade Union Congress (TUC) e em vários sindicatos como ‘Unite the Union’ (o segundo sindicato do país). Ele resiste muito bem às absurdas acusações contra sua pessoa, como o anti-semitismo. A prova de que intervém bem se expressa no fato de que o governo busca todas as soluções possíveis e impossíveis para evitar ter que convocar novas eleições.

Motivado pelo medo da possibilidade de tumultos, revoltas e rebeliões, o governo de Theresa May reservou 2 bilhões de libras esterlinas para certos ministérios e 3.500 soldados prontos para lidar com qualquer desordem.

A crise “Brexit” traz um novo fôlego para os problemas nunca resolvidos no passado, como a divisão da Irlanda e o referendo sobre a independência escocesa. Depois do fracasso do imperialismo no Iraque e do capitalismo mundial em 2008, o capitalismo britânico está se encontrando com menos capacidade para enfrentar seus problemas.

Nesse estágio do capitalismo, a natureza cada vez mais anarquista e violenta de sua motivação para o lucro cria cada vez mais antagonismos sociais irracionais e desumanos. Está cada vez mais claro que a única solução é preparar a liderança de Corbyn, a esquerda do Partido Trabalhista (Labour Party) e dos sindicatos, os Partidos operários e progressistas do país – e internacionalmente _ para se unirem mais sistematicamente com base no programa de progresso social: planejando a economia para a necessidade humana e unir as nações britânicas (Escócia, Irlanda, País de Gales e Inglaterra) com base na Federação e República Socialista.

(Extrato da Primeira Parte do artigo completo publicado no http://posadiststoday.com/brexit-united-kingdom/)

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